Eduardo Miguel Schneider
Em maio, o número de ocupados aumentou em duas regiões (Região Metropolitana de Porto Alegre: 2,1% e no Distrito Federal: 0,9%), permaneceu estável na Região Metropolitana de São Paulo (0,0%) e declinou em outras duas regiões metropolitanas: Fortaleza (0,6%) e Salvador (-1,3%). Não obstante nos dois últimos meses o nível ocupacional tenha arrefecido sua dinâmica de deterioração acelerada por que vinha passando, afastando-se os efeitos sazonais, a comparação dos resultados de maio em relação aos resultados registrados em igual mês do ano anterior ainda ratifica tendência de redução da ocupação: constatou-se retração do nível ocupacional em todas as regiões investigadas, com destaque para as regiões metropolitanas de Fortaleza (-6,3%) e de Salvador (-5,4%).
A taxa de desemprego total, em maio, declinou nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e de Fortaleza como resultado, respectivamente, da recuperação ocupacional e da saída de pessoas do mercado de trabalho. Nas outras três regiões pesquisadas a taxa apresentou aumento, com destaque para a Região Metropolitana de Salvador, onde a taxa atingiu 23,7% da População Economicamente Ativa (PEA).
A tendência da taxa de desemprego total nos últimos 12 meses foi de forte crescimento em todas as cinco regiões pesquisadas, com destaque para o grande aumento ocorrido na Região Metropolitana de Fortaleza.
Em abril, o Rendimento médio real dos ocupados declinou em quase todas as regiões metropolitanas. Somente na Região Metropolitana de Fortaleza os rendimentos aumentaram em termos reais. Dessa forma, o Distrito Federal continuou a registrar o rendimento mais elevado entre as regiões pesquisadas (R$2.834) e, por outro lado, os menores rendimentos foram observados nas regiões metropolitanas de Fortaleza e Salvador (R$1.263). Também a tendência do rendimento médio real nos últimos 12 meses foi de redução em todas as regiões investigadas, com destaque para a retração real de 12,3% ocorrida na Região Metropolitana de Salvador.
Nos últimos 12 meses findos em abril, a massa de rendimentos reais dos ocupados declinou em todas as regiões metropolitanas investigadas. Nessas regiões, a diminuição da massa de rendimentos foi determinada pelo impacto conjunto do declínio nos rendimentos médios reais e na ocupação. Cabe destacar que a maioria das regiões observaram retrações em suas massas de rendimento reais que atingiram dois dígitos.
Eduardo Miguel Schneider é economista, técnico licenciado do Dieese; doutorando em Economia do desenvolvimento no PPGE/UFRGS/Bolsista CNPq.