Resumo: |
A tese refletiu sobre a relação entre o Estado e os sindicatos no Brasil por meio de uma análise geográfica. Para tal êxito, nos pautamos em apreender como eram as territorialidades dos sindicatos-revolucionários sob a vigência de um Estado Liberal que, por meio de uma legislação sindical menos coercitiva, possibilitava uma organização dos trabalhadores sem restrição territorial, embora, em contrapartida, agisse de forma violenta, ao prender os principais militantes operários, fechar os jornais e as sedes dos sindicatos. Procuramos também compreender o que significou, principalmente na vigência do Estado Liberal, a presença de um sindicalismo mais combativo, o sindicalismo-revolucionário, que tinha entre suas premissas a autogestão, o federalismo e a ação direta, propiciando várias formas de territorialidades, seja entre os sindicatos de uma mesma categoria ou quando várias entidades de diversas categorias se uniam na organização daquilo que à época eram conhecidas pelos operários como “greves de solidariedade”. Posteriormente, nossa análise volta-se a compreensão dessa relação entre o Estado e os sindicatos quando da formação de um Estado Corporativo no Brasil, com o predomínio de uma legislação sindical mais limitante, obrigando essas entidades a realizarem uma ação territorial menos plural, restrita quase que, exclusivamente, à área municipal. Percebemos que as ações territoriais dos sindicatos tiveram grande alteração na passagem de um Estado Liberal para outro de tipo Corporativista, graças ao forte controle estatal sobre essas entidades. Entendemos que essas análises possibilitam outra compreensão acerca da relação entre o Estado e os sindicatos no Brasil, evidenciando o papel que as ações territoriais tiveram na luta cotidiana desses trabalhadores. |