A falsa recuperação do setor de serviços

Há duas maneiras de olhar a economia. Olhando no mês, dá otimismo. Comparando com a fase pré-pandemia, desânimo.

Luis Nassif

Fonte: GGN
Data original da publicação: 13/08/2021

Há duas maneiras de olhar a economia. Olhando no mês, dá otimismo. Comparando com a fase pré-pandemia, desânimo.

A razão é simples. Se a base de comparação cai muito, qualquer recuperação mostra números elevados em relação ao piso, mas ainda assim, muito tímidos em relação ao período anterior.

A Pesquisa Mensal de Serviço (PMS), referente a junho de 2021, mostrou uma alta de 1,7%, com alta de Serviços Prestados à Família e Transportes.

Quando se compara com junho de 2020 e junho de 2019, fica mais clara a dificuldade de recuperação. 

Em relação a junho de 2020, o setor aumentou apenas 1,2%. Sobre junho de 2019, houve queda de 0,1%. O maior desastre foi em Serviços Prestados às Famílias, com queda, respectivamente, de 16,9% e 29,5%.

No desdobramento do grupo Serviços Prestados às Famílias, a maior queda foi em Serviços de Alojamento e Alimentação.

No setor de Turismo, o movimento é mais nítido. Em relação a junho de 2020, há uma recuperação nítida, de 104% no Brasil, até 205% em Pernambuco. Mas a base de comparação  é extremamente baixa. Em relação a junho de 2019, por exemplo, todos os estados registraram queda. No Total, o setor ainda está 38% abaixo dos níveis de junho de 2019.

Luís Nassif é um jornalista brasileiro. Foi colunista e membro do conselho editorial da Folha de S. Paulo, escrevendo por muitos anos sobre economia neste jornal. 

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