Há 122 anos, nascia Alberto Pasqualini, um dos mais importantes teóricos da política voltada aos trabalhadores no Brasil
Igor Natusch
Nenhuma tentativa de construir a ponte entre a política institucional e as necessidades da classe trabalhadora brasileira será completa sem mencionar o advogado e sociólogo Alberto Pasqualini. Nascido em 23 de setembro de 1901, na localidade gaúcha de Vale Vêneto (atual Itavorá, município de Júlio de Castilhos), ele hoje é amplamente reconhecido como o mais importante teórico do trabalhismo brasileiro, decisivo na formação e consolidação de um pensamento econômico e de sociedade que guiou figuras centrais na política brasileira, como Leonel Brizola e João Goulart.
Começou a carreira política como vereador de Porto Alegre, eleito em 1934 pelo Partido Libertador. Seu mandato, porém, foi interrompido em 1937, a partir da instauração do Estado Novo. Mais tarde, envolveu-se brevemente com a União Social Brasileira (para a qual chegou a escrever o manifesto de criação) antes de filiar-se ao Partido Trabalhista Brasileiro, em 1946. Pasqualini tornou-se rapidamente uma figura fundamental dentro do PTB: foi candidato a governador em 1947, perdendo por poucos votos para Válter Sá Jobim (PSD), e seu livro “Diretrizes Fundamentais do Trabalhismo Brasileiro” virou leitura obrigatória dentro do partido.
Alberto Pasqualini defendia que a implementação do socialismo era inviável no Brasil, e baseava sua visão de trabalhismo na noção de “usura social”, decorrente da ausência de justiça social nas relações econômicas. Ou seja, o objetivo deveria ser a busca de um trabalho socialmente justo, em que o poder aquisitivo estivesse diretamente conectado ao valor social do trabalho de cada um. Nesse modelo de pensamento, o capital especulativo deveria ser combatido, uma vez que se trata de um mecanismo gerador de usura social: a busca, defendia Pasqualini, deveria ser pela criação de um “capitalismo solidarista”, que promovesse uma socialização parcial do lucro a partir de uma atuação gerenciadora e pedagógica do Estado.
Eleito senador pelo Rio Grande do Sul em 1950, Pasqualini teve papel destacado na criação da Petrobras, em especial no sentido de garantir o controle estatal sobre a exploração do petróleo. Concorreu novamente ao governo do Rio Grande do Sul em 1954, quando foi vencido por Ildo Meneghetti (PSD), e chegou a ser cogitado como candidato à vice-presidência da República na chapa de Juscelino Kubitschek – o posto acabou ficando com o então presidente do PTB, João Goulart.
Pasquali renunciou ao Senado em 1956, após sofrer um derrame cerebral. Em decorrência do problema, o político acabou perdendo boa parte dos movimentos, afastando-se completamente da vida pública até sua morte, em 3 de junho de 1960.
O PDT, dos últimos anos e atualmente,v perdeu sua essência, pois seus líderes são só lembranças, as ações trabalhistas, ficaram a margem.
Acredito num resgate, se resgatarmos os nossos ideais que fundamentam nosso partido, estabelecidas e atuais , dos nosso pensadores políticos , de raiz.
Parabéns. Sou fascinado por história. É através desta área do conhecimento que pode-se compreender melhor
o futuro. É olhar no passado que se aprende. A História é cheia de repetições seja no presente ou no
futuro.