O episódio vitimou 21 trabalhadores e se tornou um marco da luta dos trabalhadores rurais Sem Terra.
Laura Glüer
Em 17 de abril de 1996, a Polícia Militar do Pará confrontou 1.500 famílias de trabalhadores rurais Sem Terra que marchavam para Belém, com o objetivo de reivindicar a desapropriação de terras para Reforma Agrária. O episódio vitimou 21 trabalhadores e ficou conhecido como o Massacre dos Carajás.
Abril ficou então conhecido como o mês da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, reafirmando a centralidade da luta pela terra no Brasil. A data de 17 de abril passou a ser o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. E a Via Campesina Internacional também instituiu a data como Dia Internacional da Luta Camponesa.
No Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra tem atuado na luta e organização dos trabalhadores rurais, desde seu surgimento, em janeiro de 1984. Presente em 24 estados da federação, o MST já apoiou 450 mil famílias na conquista de terras por meio de luta e organização dos trabalhadores rurais.
A grande concentração de terras em grandes propriedades nem sempre produtivas é um problema que ainda persiste no Brasil. Esses latifúndios não geram a riqueza que a terra pode dar (seu valor social) e promovem desigualdades.
A luta pela reforma agrária é um caminho para combater essa concentração histórica das terras no país, garantindo emprego e renda para mais pessoas e, assim, mantendo os trabalhadores no campo. Também é um caminho para a produção sustentável de alimentos e respeito ao meio ambiente.
Fonte
MST