Albert Thomas foi o primeiro diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho
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Igor Natusch
Uma das figuras decisivas na consolidação de políticas globais voltadas a trabalhadores e trabalhadoras, o diplomata Albert Thomas nasceu no dia 16 de junho de 1878, na cidade francesa de Champigny-sur-Marne. Ele foi o primeiro diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), posição que ocupou do final de 1919 até a sua morte, em 1932.
Antes de dedicar sua vida ao órgão internacional, Thomas teve uma destacada carreira política e diplomática. Formado em História pela École Normale Supérieure de Paris, ele desenvolveu extensas pesquisas sobre a história da classe trabalhadora, publicando trabalhados como O sindicalismo alemão (1903). No ano seguinte, passou a atuar junto ao L’Humanité, jornal oficial do Partido Socialista francês, e mais tarde seria também eleito deputado, tornando-se uma das figuras mais destacadas na ala moderada de seu partido.
No decorrer da Primeira Guerra Mundial, Thomas foi encarregado inicialmente do controle das ferrovias francesas e, a partir de 1916, como ministro de munições. No ano seguinte, foi enviado à Rússia, para tentar construir uma colaboração com a recém-nascida república na produção de munição e armamentos.
Mas o ponto alto da carreira viria a partir de novembro de 1919, quando foi eleito para o comando da OIT, ligada à então chamada Liga das Nações. Sua dedicação incansável ao órgão fez com que renunciasse à posição no parlamento francês, e resultou em um crescimento rápido para a OIT: em questão de poucos anos, a entidade já tinha cerca de 400 funcionários e um prédio próprio, na cidade suíça de Genebra, além de promover a publicação de uma série de periódicos e informativos.
Desde sempre, Thomas pressionou pela criação de leis internacionais voltadas ao trabalho – recebendo, é claro, uma série de resistências por parte de muitos governantes. Defendendo que a presença física da OIT era fundamental para vencer esses obstáculos, e fazendo amplo uso de sua experiência diplomática, ele viajou incansavelmente pela Europa e às Américas, além de visitas a países como Japão e China.
Notório pela disposição permanente ao trabalho, que o fazia ditar documentos importantes a auxiliares mesmo no caminho para o aeroporto, o diretor vinha recebendo recomendações médicas para diminuir o ritmo – mas não as levou em conta, sempre alegando que estava cheio de tarefas pendentes. Infelizmente, Albert Thomas morreu de forma súbita, na noite de 7 de maio de 1932, pouco depois de encerrar mais um movimentado dia de compromissos profissionais e pessoais. Seu legado, contudo, permanece: graças aos parâmetros que deixou em seus pouco mais de 12 anos à frente da OIT, a entidade cresceu em influência e abrangência, sendo hoje capaz de influenciar decisivamente a melhora na vida de milhões de trabalhadores em todo o mundo.