Trabalhadoras e suas jornadas: reflexões sobre a terceirização em um órgão público federal

Autora: Herika Christina Amador Chagas
Orientadora: Cristina Patriota de Moura
Ano: 2014
Tipo: Dissertação de Mestrado
Instituição: Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Sociais. Departamento de Antropologia. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
Repositório: Repositório Institucional da UnB
Resumo: A pesquisa desenvolvida nas páginas seguintes tem por objetivo colocar em evidência o trabalho realizado cotidianamente por um grupo de mulheres, trabalhadoras terceirizadas do ramo de limpeza e conservação em um órgão público federal, tanto na dimensão comumente chamada produtiva, quanto no âmbito doméstico, realizando trabalhos silenciosos e invisibilizados de reprodução social e cuidados. A incursão etnográfica ocorreu de maneira intermitente entre 2012 e 2013. Acompanhei, majoritariamente, seis mulheres trabalhadoras. Para compreender as múltiplas jornadas laborativas das interlocutoras, analiso a expansão do sistema neoliberal no Brasil a partir do final da década de 1980 –estendendo pelas décadas seguintes –, apresentando os motivos que fazem com que essa forma de governança afete os tipos de contratação e vínculos empregatícios no país, dando ênfase à terceirização de serviços. Abordo ainda a divisão sexual do trabalho, entendendo essa forma de divisão social do trabalho enquanto hierárquica e apartadora de homens e mulheres na dimensão do labor nas esferas produtivas e reprodutivas. Aliada a esses debates está a importância do tempo nas narrativas das trabalhadoras e a maneira como lidam todos os dias com a compressão temporal que coloca o trabalho assalariado como o marco do tempo útil, alocando todos os outros tempos necessários ao bem-estar social em posições secundárias. Temas como saúde e adoecimento e, ainda, as fofocas no local de trabalho apareceram como relevantes no dia adia das trabalhadoras e por isso ganharam espaço também na dissertação, demonstrando haver poder de negociação e geração de conflitos no ambiente laboral. A análise permite ainda problematizar a relação complexa existente entre a terceirização e a precarização das relações de trabalho.
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