Tempo de trabalho na era da informação: percepção e usos do tempo sob a perspectiva dos trabalhadores de TI

Autora: Carla Silva dos Santos
Orientador: Fernando Coutinho Cotanda
Ano: 2016
Tipo: Dissertação de Mestrado
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Repositório: Lume – Repositório Digital da UFRGS
Resumo: Este estudo versa sobre o tempo e o trabalho no contexto contemporâneo, denominado era da informação, conforme concepção de Castells (2011), embasada no novo paradigma tecnológico, cuja matéria-prima essencial é a informação. Essa nova configuração social foi moldada por um complexo processo de mudanças desencadeado na década de 1970, quando o sistema capitalista, em crise, se reestruturou, reorganizando a atividade produtiva, o que, associado ao intenso desenvolvimento tecnológico e à ideia de flexibilidade, promoveu transformações no âmbito do trabalho e na sociabilidade humana. Essas mudanças se refletem, inclusive, nas práticas e ritmos sociais, ligadas às concepções sobre o tempo, que são socialmente construídas. A fim de compreendermos os fatores relacionados às percepções e aos usos do tempo no contexto atual e como os trabalhadores vem percebendo e experimentando a diluição das fronteiras entre o tempo de trabalho e de outras esferas da vida, nos valemos de uma pesquisa empírica qualitativa, que consistiu em entrevistas semi-estruturadas realizadas com 13 trabalhadores da área de Tecnologia da Informação (TI). Em síntese, concluímos ser comum entre os entrevistados a percepção de que o tempo não impõe limites, o que se reflete em um ritmo mais acelerado de vida e está associado ao fato de que o trabalho ocupa a maior parte de suas vidas, “invadindo”, por meio das TICs, o seu tempo livre. Prevalece entre os entrevistados, a ideia de que cabe a cada indivíduo desenvolver a capacidade de gerir o seu tempo e o autocontrole, para que possam realizar mais atividades em menos tempo e com melhor qualidade, para preservarem seu tempo livre e o dedicarem a outras esferas da vida. Além disso, é comum a ideia de que é responsabilidade dos indivíduos estabelecer limites e fazer escolhas, para que tenham mais tempo livre, ainda que isso represente diminuição da remuneração.
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