Chomsky: Acordo dos EUA com países do pacífico ‘é um assalto aos trabalhadores’

O Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que a administração do presidente norte-americano Barack Obama tenta firmar, “é um assalto aos trabalhadores, pois está destinado a uma maior dominação corporativa”, afirmou o cientista cognitivo e filósofo Noam Chomsky ao diário online The Huffinton Post, no domingo (19). Ainda que o governo Obama, que tem negociado há anos a estruturação do TPP com outras 11 nações do Pacífico, não tenha ainda firmado o acordo, grupos de interesses corporativos dos EUA já têm manifestado, fortemente, o apoio ao TPP, que descrevem como um acordo de livre comércio que fomenta o crescimento econômico.

Vários especialistas em direito internacional e macroeconomia, no entanto, asseguram que este tratado significará uma série de efeitos negativos sobre o acesso a remédios, cultura, liberdade na internet e nas regulações ambientais. Não é em vão que sindicatos de trabalhadores, além de grupos da sociedade civil organizada, tradicionalmente liberais, assim como ecologistas e defensores da saúde pública têm criticado, duramente, as negociações.

Chomsky, linguista, ativista e analista político norte-americano, acredita que este acordo busca impor “uma competição entre os trabalhadores de todo o mundo para baixar os salários e aumentar a insegurança trabalhista”. O cientista argumentou, ainda, ao jornal online, que grande parte das conversações abordam questões fora do comércio já que, segundo ele, se concentram mais em impor normas sobre a propriedade intelectual dos EUA no exterior e aumentar o poder político das empresas.

O professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) lamentou que o acordo, que considera, na realidade, “uma escalada de metas políticas neoliberais”, seja um “segredo para a população, mas não para os negociadores das corporações”. A população total dos países membros de uma união situa-se em torno de 800 milhões de pessoas e o Produto Interno Bruto (PIB, cálculo de toda a riqueza produzida) alcançaria cerca de 40% do índice mundial. Lori Wallach, uma das líderes do grupo norte-americano Public Citizen de defesa dos direitos do consumidor, relatou a jornalistas que o acordo representa uma grande ameaça aos países membros da associação e seus habitantes, além de um significativo perigo político para alguns países da zona do Pacífico.

Fonte: Correio do Brasil, com RT
Data original da publicação: 19/01/2014

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