Catadores de materiais recicláveis terão créditos de R$ 200 milhões

O governo federal anunciou ontem (31) R$ 200 milhões em créditos para empreendimentos de catadores de materiais recicláveis. O crédito é para ações que permitam a inserção de cooperativas no mercado da reciclagem e a agregação de valor na cadeia de resíduos sólidos. A iniciativa faz parte da terceira fase do Programa Cataforte e tem ênfase em negócios sustentáveis em redes solidárias.

No evento em Brasília, foi lançado o edital para selecionar redes de cooperativas de recicláveis de todo o País para acessar recursos do programa. Dos R$ 200 milhões, cerca de R$ 170 milhões são recursos não reembolsáveis (sem necessidade de pagamento posterior), e aproximadamente R$ 30 milhões são reembolsáveis, de acordo com informações da Fundação Banco do Brasil.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, destacou o avanço das ações do Cataforte para absorver a mão de obra de catadores que vivam dos lixões. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os lixões devem ser extintos em 2014.

“Com isso você permite que pessoas que viviam marginalizadas passem a ser profissionais atuantes de forma cooperativada, o que é melhor. Portanto, dá um grau de profissionalismo a essa categoria, resgata a vida dessas pessoas e, ao mesmo tempo, dá uma inestimável contribuição à questão ambiental”, disse.

A integrante da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Londrina (Copersil), Verônica Cardoso, disse que a cooperativa reúne 238 trabalhadores e faz coleta em 84 mil domicílios de Londrina. Com a venda do material reciclado, os cooperados alcançam uma renda média mensal de R$ 1,3 mil. Na segunda fase do Cataforte, a Copersil foi beneficiada com caminhões e agora ela espera acessar mais recursos.

“Esperávamos que [existissem] essas políticas voltadas para nós [catadores]. Estamos sendo tratados com dignidade. Todos os catadores da nossa cooperativa têm cartão de crédito, têm conta bancária. Então abriu-se uma porta e é isso que queremos: o resgate da cidadania”, disse Verônica Cardoso.

Os recursos poderão ser usados para estruturar cooperativas e associações para que haja condições de se prestar serviços de coleta seletiva para prefeituras, participar no mercado de logística reversa e fazer conjuntamente a comercialização e o beneficiamento de produtos recicláveis. Nesta terceira etapa, a intenção é alcançar 35 redes, 200 empreendimentos solidários e mais de 10 mil catadores, de acordo com a Fundação Banco do Brasil.

O Cataforte começou em 2009 com capacitação de catadores para estruturarem unidades de coleta e atuarem em rede. Em 2010 foi iniciada a segunda fase com iniciativas para fortalecer a infraestrutura logística das cooperativas. Houve aquisição de 140 caminhões para 35 redes de cooperativas e associações e prestação de assistência técnica para elaboração de planos de logística.

Fonte: Agência Brasil
Texto: Yara Aquino
Data original da publicação: 31/07/2013

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