Assédio moral no trabalho, focando o assediador: valores humanos, valores organizacionais e atos negativos no trabalho

Autora: Virgínia Cavalcante Coelho
Orientadora: Regina Heloisa Mattei de Oliveira Maciel
Ano: 2015
Tipo: Tese de Doutorado
Instituição: Universidade de Fortaleza. Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Repositório: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Unifor
Resumo: A presente tese teve como objetivo estudar o assédio moral no trabalho, tendo como foco o assediador, através de suas prioridades individuais em relação aos valores humanos, da percepção de valores organizacionais e do relato de atos negativos no trabalho. Uma pesquisa quantitativa foi realizada com a aplicação de quatro instrumentos: (1) o primeiro investiga dados socioprofissionais e demográficos; (2) o segundo avalia a percepção que os trabalhadores têm sobre os valores que acreditam existir nas organizações onde laboram e os valores que desejariam existir; (3) o terceiro identifica os valores humanos priorizados pelos trabalhadores; e (4) o quarto é um instrumento para avaliar a perpetração de atos negativos no trabalho, ou seja, a frequência com que o participante assume ter realizado atos negativos em relação a outros no trabalho (assédio objetivo) e suas percepções sobre ter cometido assédio moral (assédio subjetivo). Participaram da pesquisa 500 trabalhadores de diversas organizações, com idade média de 31,03 anos (amplitude de 17 a 57; DP=8,27); em sua maioria do sexo masculino (60,2%) e estado civil casado ou vivendo com companheiro (53,4%), com graduação como o nível de escolaridade predominante (42,4%). A análise fatorial exploratória sugeriu a pertinência de dividir o Questionário de Atos Negativos no Trabalho-versão assediador (QuAN-VA) em dois fatores: assédio pessoal e assédio relacionado ao trabalho, embora os coeficientes de confiabilidade (Alpha de Cronbach) não tenham se apresentado muito elevados (0,691 e 0,757, respectivamente). Os resultados apontaram uma associação positiva entre o autorrelato de ter praticado atos negativos (assédio objetivo) e o autorrelato de ter praticado assédio (assédio subjetivo), sendo que 14,8% praticaram assédio moral, segundo definição de assédio moral objetivo, mas somente 2,2% reconheceram-se como assediadores. Foi identificada predominância de assédio moral relacionado ao trabalho no sexo masculino e em pessoas ocupantes de cargos de chefia. Foram encontradas associações negativas entre os valores centrais e sociais e o cometimento de atos negativos, indicando que não priorizar valores sociais e centrais leva a um maior cometimento de atos negativos no trabalho do tipo assédio pessoal. Foram encontrados efeitos moderadores dos valores organizacionais sobre as relações entre assédio pessoal e valores básicos, indicando que os valores da organização são aspectos importantes como facilitadores do assédio moral. Não foi encontrada predição para o cometimento de atos negativos no trabalho e a descompensação axiológica, ou seja, a insatisfação do trabalhador na organização não explicou a prática de atos negativos. Não obstante os resultados, propõem-se estudos futuros que visem contribuir para esta área.
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