
Autor: | Lucas Prata Feres |
Orientadores: | Hugo Miguel Oliveira Rodrigues Dias, Alex Wilhans Antonio Palludeto |
Ano: | 2022 |
Tipo: | Dissertação de Mestrado |
Instituição: | Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Economia. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico |
Repositório: | Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp |
Resumo: | As relações entre o processo de financeirização e as mudanças no mundo do trabalho se dão no contexto histórico de esgotamento do padrão de expansão do capitalismo regulado do pós-guerra, que deu espaço a uma transformação no modo de funcionamento do capitalismo em nível global. Duas dimensões principais dessa transformação foram a emergência dos mercados financeiros, mais liberalizados e globalizados, como espaços centrais de negociação da riqueza capitalista, e a disseminação da racionalidade neoliberal, que elege a competição no mercado como princípio regulador da vida social. Esse processo histórico pode ser compreendido, nos termos da economia política, como o desenvolvimento do capital em sua forma mais avançada de capital fictício, que submete a sua lógica todas as formas de valorização particulares. Como resultado, as formas de aplicação da riqueza capitalista são avaliadas e reavaliadas permanentemente através da comparação entre os preços estabelecidos nos mercados financeiros. Com isso, as atividades capitalistas, empregadoras de força de trabalho, são pressionadas a gerar ganhos de curto prazo para os acionistas e tomar decisões que beneficiem o cálculo financeiro efetuado no âmbito do mercado. Na esfera da corporação, isso é disciplinado através de formas de governança que estimulam a vinculação entre a operação produtiva e as expectativas de retorno dos mercados. Uma das principais dimensões a receber os efeitos desse processo é a gestão da força de trabalho, seja pela necessidade de redução do custo do trabalho, seja pela de gerar resultados financeiros maiores a despeito de constantes reestruturações. No âmbito do processo de trabalho, como mostram diversos autores da Teoria do Processo de Trabalho, diversos mecanismos são empreendidos para submeter os trabalhadores à intensificação do trabalho e à adoção de comportamentos adequados à racionalidade neoliberal. Nas relações de trabalho, diversos autores, entre eles os pós-operaístas, mostram tendências de elevação das jornadas de trabalho e fractalização do tempo de trabalho, em uma tendência de crescente despersonalização do trabalho, com o trabalhador dissolvido na mercadora força de trabalho. Com base nesses resultados, é possível tratar de um aumento na taxa de exploração do trabalho, através do que se poderia caracterizar uma subsunção do trabalho à finança, que não apenas implica em maiores e mais intensas jornadas de trabalho, mas também na extrema mercantilização do trabalho |
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