As centrais sindicais farão manifestação em 9 de abril, em Brasília, para reafirmar a defesa de itens da chamada pauta trabalhista, apresentada ainda em 2010, durante a campanha presidencial daquele ano, e ainda em discussão com o governo e o Congresso. Entre esses temas, estão o fim do fator previdenciário, o combate à terceirização e a redução da jornada de trabalho. Além de marcar esse ato, em reunião realizada quarta-feira (15) na sede da CUT, em São Paulo, os sindicalistas vão solicitar uma reunião, em caráter de urgência, com a presidenta Dilma Rousseff, para tratar de reivindicações entregues no ano passado.
“Ainda não houve acordo em nenhum dos pontos que foram apresentados e precisamos saber quais as possibilidades de avançarmos nessas questões. Essa é uma pauta que já vem sendo discutida há muito tempo e sabemos que esses temas são anseios colocados por todos os brasileiros”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. “Em um ano eleitoral não podemos permitir que o debate da classe trabalhista fique para segundo plano”, acrescentou.
No ano passado, as centrais fizeram uma marcha em Brasília, para cobrar do governo respostas às reivindicações. Dirigentes se queixaram de dificuldades no relacionamento com o Planalto. “Todas aquelas reivindicações que dialogamos com o governo, por diversos momentos, não encontraram a devida atenção. Acabou prevalecendo o apelo do capital especulativo e das grandes empresas”, criticou o presidente da CTB, Adilson Araújo.
Os sindicalistas também querem discutir com o governo a manutenção da política de correção do salário mínimo, negociada desde a gestão Lula e que resultou na Lei 12.382, de 2011, que estabeleceu regras para os reajustes anuais. Atualmente, o cálculo para reajuste do mínimo corresponde à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), nos 12 meses anteriores, com percentual de aumento real (acima da inflação) calculado a partir da variação do Produto Interno Bruto (PIB), apurado pelo IBGE. Essa regra vale apenas até este ano.
“Vamos sair em defesa da política do salário mínimo e não abrimos mão disso, porque sabemos que é o que sustenta o emprego e a renda”, diz Adilson Araújo. “Nossa avaliação quanto a isso tem sido muito positiva do ponto de vista da distribuição de renda e do consumo das famílias. Mudar essa fórmula seria prejudicar a economia do Brasil”, completa o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Isso é muito importante para nós, foi a valorização do salário mínimo que impulsionou o consumo e a produção nacional, com papel muito importante no crescimento do PIB”, observa Nobre.
Para os sindicalistas, o ano eleitoral não deve ser prejudicial para aprofundar as discussões em torno da agenda unitária das centrais. Segundo eles, a agenda trabalhista será apresentada a todos os candidatos.
“Queremos que neste ano eleitoral as propostas que dizem respeito à classe trabalhadora sejam potencializadas, porque são temas que formulamos há bastante tempo. Queremos, inclusive, um reforço do governo para fazer com que essas bandeiras mais importantes, que há longa data vem sendo unidade de ação das centrais, possam ser mais positivas”, afirma o secretário-geral da UGT, Francisco Canindé Pegado. A UGT será a anfitriã da próxima reunião, no dia 27, às 14h.
Fonte: Rede Brasil Atual
Texto: Viviane Claudino
Data original da publicação: 15/01/2014