União Europeia: mulheres ganham menos em todas as profissões

As mulheres têm salários inferiores em todas as profissões em todos os países da Europa. Os dados são do estudo “Igualdade de Gênero ao Longo da Vida – Portugal no contexto europeu”, feito pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, assinado por sete investigadores. O estudo foi divulgado esta segunda-feira, 28/05.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do estudo afirmou que uma das novidades desta investigação é o fato de trazer uma perspetiva prolongada no tempo, estudando três fases da vida, desde a infância e juventude (entre os 15 e os 29 anos), passando pela rush hour of life (dos 30 aos 49 anos) e terminando na fase tardia da vida ativa (dos 50 aos 64 anos).

De acordo com Anália Torres, “chocou perceber” que, apesar de as mulheres serem, em média, mais escolarizadas do que os homens, entram no mercado de trabalho em desvantagem, tendo salários mais baixos e empregos mais precários. Afirmou ainda que, em Portugal, este fenômeno é “bastante acentuado”.

“Em todos os países da Europa e em todas as profissões, as mulheres ganham menos do que os homens”, constatou a coordenadora do Centro Interdisciplinar de Estudos de Igualdade de Gênero da Universidade de Lisboa.

No que concerne à disparidade salarial, Portugal tem um valor inferior à média da União Europeia a 27, uma vez que as mulheres portuguesas “ganham menos 11,2 euros/hora do que os homens”, quando a média europeia é de 17,4 euros.

Anália Torres destacou ainda que a disparidade salarial atinge tanto os salários mais elevados como os mais baixos, havendo nos quadros dirigentes diferenças que rondam os 600 euros. Assim, a maior disparidade salarial registra-se entre os representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores, gestores e executivos (586 euros), seguindo-se os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (364 euros) e os operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (353 euros).

No que concerne aos trabalhadores não qualificados, há uma diferença de 203 euros.

Como as desigualdades se mantêm ao longo da vida, ao chegar à fase tardia da vida ativa, as mulheres têm pensões mais baixas, por terem descontado menos, em consequência de terem tido salários mais vezes. Para mais, são ainda quem sai do mercado de trabalho mais cedo.

Fonte: Esquerda.net, com ajustes
Data original da publicação: 28/05/2018

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