Trabalhadores mais qualificados não encontram emprego em países de baixa e média renda, revela OIT

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou que profissionais mais qualificados, com educação pós-secundária, estão enfrentando dificuldades para encontrar empregos nos países de baixa renda. Em relatório publicado na segunda-feira (16/11), a agência da ONU citou o Brasil como exemplo de economia que vai na contramão desta tendência: a taxa de desemprego é baixa para aqueles com nível educacional mais alto.

“Isso reflete a disparidade entre os trabalhadores qualificados e o número de empregos disponíveis apropriados para suas competências e expectativas. Caso não haja uma resposta, isso poderá afetar o limite do crescimento econômico e desenvolvimento”, disse a responsável pelo departamento de estatística da OIT, Rosina Gammarano.

Entre os 64 países com dados disponíveis, a OIT identificou, em 62, um crescimento da parcela de trabalhadores com formação pós-secundária nos últimos 15 anos, ao passo que o volume daqueles com educação primária recuou. Rússia, Canadá e Luxemburgo foram as nações que apresentaram os maiores avanços na quantidade de profissionais ativos com nível educacional acima do ensino médio.

Para a OIT, a situação é preocupante, uma vez que 80% dos trabalhadores do mundo se encontram em países de salários médios e baixos. Desde 2000, foram criados 195 milhões de postos de trabalho nas indústrias de países de renda média. Nas economias de renda alta, as vagas apresentaram uma redução em 5 milhões.

Apesar de o Brasil ser classificado como um país de salários médios para altos pela OIT, apenas 13,4% da força de trabalho brasileira possui formação pós-secundária. A taxa de desemprego entre esse segmento é de apenas 3,9% e chega a 12%, quando considerados os jovens. Os índices permanecem bem abaixo dos valores para os trabalhadores que têm apenas formação secundária (cerca de 8%, sem considerar diferenças de idade) e primária (quase 10%, também sem contar variações etárias).

Fonte: ONU
Data original da publicação: 16/11/2015

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *