Taxa de desemprego reduz-se para um dígito

Eduardo Miguel Schneider

O número de ocupados aumentou, em outubro, pelo sexto mês consecutivo, em movimento esperado para o período. Foram mais 90 mil trabalhadores nessa condição no mercado de trabalho metropolitano brasileiro. Esse crescimento de 0,5% no nível ocupacional foi totalmente traduzido em menor desemprego, já que a houve estabilidade da força de trabalho no mês – fenômeno recente e que vem se repetindo dado o amadurecimento da população brasileira. Foram 94 mil pessoas a menos na condição de desempregados, que passou a ser estimado em 2,044 milhões de pessoas no conjunto das seis áreas metropolitanas pesquisadas.

Desse modo, a taxa de desemprego total no espaço metropolitano brasileiro apresentou redução pelo terceiro mês consecutivo, ao diminuir de 10,2% da PEA (População Economicamente Ativa) em setembro para 9,8% em outubro. Também a tendência da taxa de desemprego total metropolitana brasileira foi de redução: em outubro de 2012 a taxa havia sido de 10,4% da PEA (frente aos atuais 9,8%). Mas tal diminuição do desemprego metropolitano não se distribuiu homogeneamente nas regiões: houve diminuição em Salvador, São Paulo, Porto Alegre e Fortaleza e aumentou em Belo Horizonte e no Recife.

O gráfico acima mostra o desempenho conjuntural no mês e a tendência nos últimos 12 meses da taxa de desemprego nas seis regiões investigadas.

O rendimento médio real dos ocupados aumentou ligeiramente 0,6% em setembro e encerrou o período em R$ 1.609. A tendência nos últimos 12 meses também foi de aumento: entre setembro de 2012 e de 2013 o rendimento médio real dos ocupados cresceu 0,9%.

Nos últimos 12 meses, findos em setembro de 2013, a massa de rendimentos reais dos ocupados aumentou 2,4%, como resultado da elevação do rendimento médio e do nível de ocupação. A massa de rendimentos dos ocupados é a soma de todos os salários e remunerações que os indivíduos recebem pelo seu trabalho e revela o potencial de consumo de uma economia. Nesse sentido, a expansão da massa de rendimentos, como ocorrida no último ano, é positiva, não obstante a magnitude da sua expansão esteja muito aquém da experimentada em anos anteriores.

O ritmo da retomada do emprego esperada para o segundo semestre pelos padrões sazonais da economia não gera grande entusiasmo até então. A taxa de crescimento da ocupação nos últimos 12 meses foi de 1,1% (outubro). No mesmo mês do ano anterior, ano em que o PIB expandiu-se apenas 0,9%, a taxa havia sido superior (1,7%). Contudo, há um esboço, que se torna cada vez mais nítido salvo algum percalço no desempenho do último bimestre, de que o ano possivelmente se encerrará com desempenho sensivelmente positivo no mercado de trabalho: ocupação em leve crescimento, taxa de desemprego em ligeiro declínio e rendimentos com pequeno aumento. Esses resultados, apesar de parecerem tímidos se tomados no horizonte anual, ao se repetirem ao longo dos últimos anos, proporcionam um efeito cumulativo expressivo sobre o mercado de trabalho, particularmente sobre a questão da distribuição de renda; na qual ainda precisamos avançar muito no Brasil.

Maiores informações: http://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html

Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

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