Taxa de desemprego diminui, mas aumenta o número de trabalhadores sem direitos

O número de trabalhadores sem carteira assinada ou obrigados a trabalhar por conta própria não para de crescer. Segundo dados da PNAD Contínua divulgados nesta quinta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais 534 mil pessoas (4,8%) foram contratadas sem carteira assinada no trimestre móvel, encerrado em outubro.

O total dos trabalhadores sem direito a Previdência Social, FGTS, INSS, férias e 13º salário, chegou a 11,6 milhões, um aumento de 5,9% (649 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2017. Por outro lado, o número de empregados no setor privado com carteira assinada – 32,9 milhões de pessoas – ficou estável, tanto em relação ao trimestre anterior quanto na comparação com o mesmo trimestre de 2017.

Já o número dos que tiveram de trabalhar por conta própria aumentou 2,2%, mais 497 mil pessoas na comparação com o trimestre anterior; e 2,9% (mais 655 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2017. Isso significa que 23,6 milhões de brasileiros estavam, em outubro, dando algum jeito para conseguir renda.

De acordo com a pesquisa, a taxa de desemprego foi de 11,7% no trimestre encerrado em outubro de 2018, o equivalente a 12,4 milhões de brasileiros desempregados (menos 517 mil em comparação ao trimestre de maio a julho deste ano).

Para técnicos do IBGE, o que influenciou a leve queda do desemprego no trimestre de agosto a outubro foi a criação de postos de trabalho durante o período eleitoral. No entanto, tal queda não foi suficiente para reduzir o total de trabalhadores subutilizados – desempregados, pessoas que gostariam e precisam trabalhar mais e aquelas que desistiram de procurar emprego –, que cresceu 2,6% (mais 696 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2017.

Em outubro, o Brasil registrou um total de 27,2 milhões de trabalhadores subutilizados. O número ficou estável em relação ao trimestre anterior deste ano, que foi de 27,6 milhões. Entre os subutilizados, o total de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas foi de sete milhões, um aumento de 6,4% (418 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior.

Quanto aos desalentados – que também fazem parte do grupo –, o percentual do trimestre encerrado em outubro ficou estável em relação ao trimestre anterior, atingindo 4,7 milhões de pessoas, mas subiu 10,6% em relação ao mesmo trimestre de 2017.

Força de trabalho

No trimestre de agosto a outubro de 2018, a PNAD Contínua constatou que o total de pessoas ocupadas e desocupadas, que eles classificam como força de trabalho do país, aumentou 0,7% (724 mil pessoas) e passou para 105,3 milhões de pessoas. Em comparação com o trimestre anterior, houve um incremento de 724 mil pessoas (0,7%).

O número de pessoas ocupadas (92,9 milhões) subiu 1,4% em relação ao trimestre anterior (mais 1,2 milhão de pessoas). Em relação ao mesmo trimestre de 2017, houve alta de 1,5% (mais 1,4 milhões de pessoas).

Fonte: RBA, com informações de Marize Muniz/CUT
Data original da publicação: 29/12/2018

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