Sindicatos esperam estremecer o Paraguai com greve

Centrais sindicais, com o apoio de outros setores, esperam estremecer o Paraguai na segunda greve geral contra o governo do presidente Horacio Cartes desde sua chegada ao poder em agosto de 2013. O movimento de dois dias iniciou na segunda-feira (21/12).

O Congresso Democrático do Povo (CDP), blogo de grupos políticos, operárias e sociais, é uma das principais organizações convocadoras desta ação, também planejada como uma greve cívica.

Segundo o CDP, não somente os trabalhadores e os que estão em relação de dependência devem participar de dois dias de luta, mas sim todos aqueles “setores patrióticos e democráticos que se sentem afetados por esta política de Estado”.

Daí o apelo não só a uma greve, como também a uma paralisação civil de todos os setores da sociedade paraguaia, e se espera a aderência de camponeses, estudantes, cooperativistas e outros em uma grande aliança popular.

A exigência desta organização é e será a renúncia de Cartes, ao afirmar que não representa os interesses da maioria.

Liberdade sindical (fim de perseguições), a solução de conflitos trabalhistas, aumento salarial e dignas condições para os aposentados são algumas das exigências propostas pelas centrais operárias convocadoras.

No caso do setor camponês e indígena, uma das dirigentes do CDP, Perla Álvarez, mencionou que para eles o eixo principal será “pela recuperação de nossos territórios e de nossas terras”.

A isso agregou: “pela eliminação do latifúndio, por uma verdadeira reforma agrária, popular, que realmente possa permitir desenvolver nosso país a partir do campo, porque é a base fundamental de nossa economia”.

Os participantes pretendem reeditar a greve trabalhista e manifestações efetuadas em março de 2014.

Para ao menos nove departamentos da região Oriental estão anunciados bloqueios intermitentes de vias internacionais, em claro desafio à recente advertência do ministro do Interior, Francisco de Vargas, que assegurou que isso não será permitido.

Esses bloqueios de estradas estarão sob responsabilidade fundamentalmente da Federação Nacional Camponesa, confirmou sua secretária geral, Teodolina Villalba.

Enquanto na capital e na área metropolitana da Grande Assunção, os grevistas farão mobilizações em diversos pontos, onde se espera a incorporação de motoristas do transporte, empregados públicos, estudantes, docentes e também camponeses.

Vargas também criticou a possibilidade de ataques a unidades do transporte público cujos motoristas não acatem à greve sindical, que neste setor será parcial, pois empresários de algumas rotas aceitaram a proposta do Governo de não se somarem.

Nesse cenário, nesta segunda-feira acontecerá na cidade de Luque, vizinha a Assunção, a Cúpula semestral do Mercado Comum do Sul com a presença de sete governantes de seus países membros e associados.

Fonte: Prensa Latina
Data original da publicação: 21/12/2015

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