OIT denuncia que 168 milhões de crianças são forçadas a trabalhar

O diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, disse na quarta-feira (08/06) que é “inaceitável” que o trabalho infantil seja ainda uma realidade para 168 milhões de crianças no mundo, das quais 85 milhões realizam tarefas perigosas.  “É evidente que o trabalho infantil não acontece nos mercados regulados, mas a realidade é que esta prática está estendida nas cadeias de produção”, denunciou Ryder por ocasião do Dia contra o Trabalho Infantil, que será lembrado em  12 de Junho.

Num discurso na conferência anual da OIT, que é realizada em Genebra, Ryder explicou que o trabalho infantil ocorre principalmente nas economias pequenas e rurais, nas quais não há inspeções de trabalho e nem organizações que protejam os direitos dos trabalhadores.

Ryder disse ainda que dos 168 milhões de menores que são obrigados a trabalhar, 99 milhões realizam tarefas no setor agrícola e o resto em atividades que abrangem mineração, manufatura e turismo.

Outro importante fator de risco que dá lugar ao trabalho infantil é a situação econômica das famílias, que se veem obrigadas a contar com o trabalho dos seus filhos para poder sobreviver, acrescentou.

“Há casos nos quais apesar de as famílias contarem com negócios ou quintas, não reúnem dinheiro suficiente por mês para contratar alguém em idade de trabalhar, por isso necessitam da mão-de-obra dos seus filhos”, afirmou o responsável da OIT.

Embora muitas grandes empresas tomem medidas para evitar esta prática nas suas cadeias de fornecimento globais, Ryder lembrou que muito trabalho infantil ocorre em cadeias de produção para o consumo local e nacional, uma problemática que tende a ser ignorada.

No entanto, também considerou que “há sinais de esperança de que exista vontade para agir e evitar o trabalho infantil, aumentar a transparência na cadeia de produção e aplicar melhor as leis”, concluiu.

Fonte: Diário Digital
Data original da publicação: 09/06/2016

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