OIM alerta que 40 mil migrantes morreram em suas jornadas desde 2000

A Organização Internacional para Migrações, OIM, alertou que 40 mil migrantes morreram em suas jornadas por todo o mundo desde 2000. O dado consta do relatório da agência da ONU, divulgado na segunda-feira (29/09), que é a maior compilação dos registros de mortes de migrantes por terra e pelo mar, já feito até agora.

Esforço

A OIM pediu aos governos que lidem com o problema, que classificou como sendo “uma epidemia do crime e da vitimização”.

De Lisboa, a chefe do escritório da organização em Portugal, Marta Bronzin, falou à Rádio ONU sobre o que deve ser feito para acabar com esse problema. “Um esforço mais amplo em favorecer os canais de migração segura e regular. Para que essas pessoas possam migrar de forma segura e os seus direitos sejam protegidos e que elas não sejam empurradas para redes de tráfico, que tiram vantagem dessa situação. Elas tiram vantagem do desespero dessas pessoas.”

Violência

O diretor-geral da organização, William Lacy Swing, afirmou “que é hora de se fazer mais do que contar o número de vítimas”. Segundo ele, “chegou o momento de engajar o mundo para acabar com a violência contra migrantes desesperados”.

Swing disse ainda que “é um paradoxo quando uma a cada sete pessoas no mundo é migrante ver uma resposta extraordinariamente dura para a migração no mundo em desenvolvimento”.

O diretor-geral da OIM afirmou que “os migrantes sem documentos não são criminosos. Eles são seres humanos que precisam de proteção e assistência e merecem respeito”.

A pesquisa para o relatório “Jornadas Fatais” começou a ser feita no ano passado depois da tragédia que matou 400 migrantes num acidente de barco perto da ilha de Lampedusa, na Itália.

Europa

O documento mostra que a Europa é o destino mais perigoso para as migrações irregulares. Mais de 22 mil pessoas morreram tentando entrar no continente nos últimos 14 anos, a maioria durante travessia pelo mar Mediterrâneo.

A pesquisa feita pela OIM mostrou também que desde 2000, quase 6 mil migrantes morreram na tentativa de cruzar a fronteira entre México e Estados Unidos. O documento diz ainda que foram registradas mais 3 mil mortes em diversas rotas de migração na África e na Índia.

Número mais alto

A agência da ONU acredita que o número de mortes pode ser mais alto. O relatório foi preparado tendo como base dados dos governos e nem sempre a coleta de dados de migrantes é tida como prioridade pelas autoridades locais.

Segundo a OIM, muitas das mortes ocorreram em regiões remotas e nunca foram registradas.

Para a agência, a publicação do relatório fornece esclarecimentos sobre o que muitos consideram ser uma crescente epidemia do crime contra os migrantes.

A organização diz que o documento representa o primeiro passo na direção de um registro preciso do que está acontecendo com as vítimas e um alerta para os governos.

Fonte: Rádio ONU
Texto: Edgard Júnior
Data original da publicação: 29/09/2014

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