Eduardo Miguel Schneider

Em janeiro, a ocupação diminuiu em quase todas as regiões pesquisadas [*], em comportamento usual para esse período do ano. Somente a Região Metropolitana de Porto Alegre registrou estabilidade na ocupação (-0,1), enquanto que nas demais houve retração: São Paulo (-0,3), Salvador (-0,4), Distrito Federal (-0,8), Recife (-1,2) e Fortaleza (-1,8).

A dinâmica conjuntural negativa da ocupação no espaço metropolitano brasileiro foi compensada pela saída de pessoas do mercado de trabalho em algumas regiões, fato refletiu favoravelmente sobre a taxa de desemprego total. Em janeiro, a taxa aumentou somente na Região Metropolitana de Fortaleza e no Distrito Federal. De outra sorte, permaneceu relativamente estável nas regiões metropolitanas de Salvador e de São Paulo e chegou a apresentar retração em Porto Alegre e Recife.

Nos últimos 12 meses, a tendência da taxa de desemprego total foi de crescimento nas regiões metropolitanas de Recife e São Paulo. De outro modo, em Fortaleza e Salvador a tendência foi de declínio da taxa; em Porto Alegre permaneceu relativamente estável.

Em dezembro, o rendimento médio real dos ocupados aumentou na maior parte das regiões pesquisadas. Houve declínio somente nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (-0,3%) e São Paulo (-0,4). Em termos de valores absolutos, o Distrito Federal registrou o maior rendimento (R$2.638) e Fortaleza o menor (R$1.164).

Também a tendência do rendimento médio real nos últimos 12 meses foi de aumento na maioria das regiões investigadas, com destaque para o crescimento registrado pela Região Metropolitana de Porto Alegre (5,0%). Nesta base de comparação, houve retração do rendimento nas regiões metropolitanas de Fortaleza (-3,0%) e São Paulo (-2,9%).

Nos últimos 12 meses findos em dezembro último, a massa de rendimentos reais dos ocupados aumentou timidamente na maioria das regiões pesquisadas. Contudo, houve redução substancial da massa de rendimentos em duas regiões metropolitanas: Porto Alegre (-8,0%) e São Paulo (-3,9%); em ambas regiões o declínio da ocupação e dos rendimentos atuaram em conjunto para tais resultados negativos. A maior expansão na massa de rendimentos ocorreu em Recife (1,9%), desempenho resultado do crescimento dos rendimentos, já que a ocupação permaneceu estável na região. As regiões metropolitanas de Fortaleza e de Salvador registraram ligeiro aumento na massa de rendimentos, respectivamente, 0,3% e 0,7%; no que pesou o comportamento positivo da ocupação nestas regiões.

Maiores informações: http://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html

Nota

[*] Regiões metropolitanas pesquisadas: Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal.

Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).