O desafio é negociar transformações

Clemente Ganz Lúcio

Vive-se mais porque as condições de saúde melhoraram. Mudanças econômicas e culturais diminuíram a fecundidade. A proporção de idosos aumenta e a de crianças diminui. Isso exige que a previdência social esteja em permanente construção, como no debate de propostas realizado no Fórum Nacional de Previdência Social (2007), pelo governo, trabalhadores e empresários.

A base dessa construção dever ser o aperfeiçoamento do sistema da seguridade social (saúde, assistência e previdência social), para fortalecer os adequados instrumentos de financiamento e melhorar a gestão.

O papel do Estado na economia e na promoção dos direitos sociais estão em permanente disputa, materializados na agenda das reformas tributária, federativa, política, previdenciária, entre outras. É urgente que as reformas constituam um acordo social que supere o persistente “pacto do egoísmo”, operado pelas elites, que cria e aumenta desigualdades, inviabilizando mudanças que permitiriam ao país e à nação anteciparem o futuro.

Desenvolvimento é promover bem-estar social e qualidade de vida para todos, com sustentabilidade ambiental. Isso requer uma política econômica voltada para o crescimento produtivo e o emprego e uma economia política orientada para a distribuição e as transformações. Acordos sociais são instrumentos políticos para promover avanços no padrão civilizatório da sociedade, inclusive com uma previdência pública que materializa compromissos com aqueles que construíram a riqueza do país.

Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

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