Indicadores do mercado no mês de agosto

Eduardo Miguel Schneider

Em agosto, o nível ocupacional cresceu apenas em Fortaleza (0,7%) e Porto Alegre (0,6%). Em Recife (-0,3) e São Paulo (0,0%) houve estabilidade na ocupação. Já em Salvador registrou redução no número de trabalhadores ocupados (-1,2%).

Conjunturalmente, como ilustrado no gráfico acima, a taxa de desemprego total reduziu-se apenas no Recife, onde a saída de trabalhadores do mercado de trabalho foi determinante neste resultado. Ademais, houve estabilidade da taxa em Salvador e São Paulo e aumento em Fortaleza e Porto Alegre. Portanto, o aumento do desemprego concentrou-se justamente nas regiões que apresentam as taxas mais baixas.

Nos últimos 12 meses, a tendência da taxa de desemprego foi de redução em Recife e Porto Alegre. Por outro lado, houve tendência de aumento da taxa em Fortaleza e em São Paulo. Em Salvador, a taxa permaneceu estável.

Em julho, como mostra a tabela abaixo, o rendimento médio real dos ocupados aumentou apenas em Porto Alegre (1,1%). Fortaleza registrou a maior redução do rendimento entre as regiões metropolitanas investigadas [*] (-1,4%). São Paulo experimentou o maior rendimento (R$1.870) e Fortaleza o menor (R$1.197).

eduardo_agosto_2014_2A tendência do rendimento médio real nos últimos 12 meses também foi de redução na maior parte das regiões, com destaque para o declínio evidenciado em Recife (-5,1%). Houve tendência de aumento do rendimento apenas em Fortaleza (4,2%).

Nos últimos 12 meses, findos em julho de 2014, a Massa de rendimentos reais dos ocupados aumentou em Fortaleza (6,6%), Salvador (1,7%) e São Paulo (1,2%). No mesmo período, houve redução da massa em Porto Alegre (-3,6%) e Recife (-3,1%). De modo geral, o crescimento do nível ocupacional contribuiu para os resultados positivos, enquanto que o declínio dos rendimentos pesou negativamente.

Sinteticamente, as últimas estatísticas do mercado de trabalho sugerem que a dificuldade na retomada do crescimento econômico está contendo o típico aumento da ocupação esperado para o segundo semestre do ano. A fraca dinâmica dos rendimentos reflete e, ao influenciar a massa de rendimentos disponíveis na economia para consumo, resulta reforçar essa conjuntura.

Mais informações: http://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html

Nota

[*] A pesquisa foi realizada nas seguintes regiões metropolitanas: Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.

Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

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