Com cenário ainda incerto, expectativa é de mercado de trabalho sem sobressaltos

A economia não mostra força o bastante para abrir vagas, mas também não se preveem oscilações que causem aumento da taxa de desemprego, analisam técnicos da Fundação Seade e do Dieese. Eles observam que aumentos mensais da taxa são comuns nos primeiros meses do ano, um período de formação de expectativas e de atividade mais fraca. Mas, para o ano, a expectativa é de poucas variações, com resultados semelhantes aos registrados em 2013.

Em janeiro, a taxa de desemprego na média das seis regiões metropolitanas pesquisadas (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo) foi de 9,5%, pouco acima de dezembro (9,3%) e abaixo de janeiro do ano passado (9,9%). A população economicamente ativa (PEA) praticamente não saiu do lugar em 12 meses: variação de 0,1%, o correspondente a 26 mil pessoas a mais no mercado. Em São Paulo, a PEA recuou 0,3% (32 mil a menos).

Também em relação a janeiro do ano passado, a ocupação mostra pequeno crescimento. Nas seis regiões, o aumento foi 0,5%. Em igual período de 2013, por exemplo, a expansão foi de 1,1%. Foram abertos 96 mil postos de trabalho. O setor de serviços foi o que segurou a alta, ao abrir 176 mil vagas (1,7%), já que a indústria de transformação eliminou 119 mil (-4%). A construção criou 19 mil empregos (1,2%), com crescimento destacado nas regiões nordestinas (Fortaleza, Recife e Salvador).

A pesquisa mostra que a contratação formal segue aumentando, ainda que em ritmo menos intenso. O emprego com carteira assinada cresceu 2,1% em 12 meses: 202 mil vagas a mais. Os estimados 9,816 milhões de assalariados com carteira representam 52% do mercado total (18,838 milhões de ocupados) das seis regiões.

“Nos próximos meses, até abril, não há dúvida que a gente vai ter um aumento da taxa de desemprego, o que é comum acontecer”, diz o coordenador de análise do Seade, Alexandre Loloian. As principais interrogações, neste momento, concentram-se na taxa de câmbio e no volume de investimentos. Mas para o mercado de trabalho a tendência é de estabilidade.

Fonte: Rede Brasil Atual
Texto: Vitor Nuzzi
Data original da publicação: 26/02/2014

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