As condições de reinserção de idosos no mercado de trabalho no Brasil: sob uma perspectiva de gênero

Autora: Cynthia Aparecida Gonçalves
Orientadora: Karla Maria Damiano Teixeira
Ano: 2015
Tipo: Dissertação de Mestrado
Instituição: Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Economia Doméstica. Programa de Pós-Graduação em Economia Doméstica
Repositório: Repositório Institucional da Universidade Federal de Viçosa
Resumo: O aumento do número de indivíduos em idade ativa contribui para o aumento das riquezas do Brasil na medida em que essas pessoas são absorvidas pelo mercado de trabalho. A inserção nesse mercado é importante para a melhoria da qualidade de vida do idoso e de sua família, principalmente por proporcionar aumento da renda e consequente incremento do seu poder aquisitivo, influenciando no consumo e nas transferências inter e intrafamiliares; sendo também relevante para sua autoestima, autonomia e independência; bem como para a sociedade; e, para o mercado de trabalho. Em face ao contexto exposto o objetivo geral do estudo constituiu em caracterizar, comparativamente, as condições de reinserção dos idosos no mercado de trabalho, nos anos de 2002 e 2012, segundo o gênero. A pesquisa teve caráter quantitativo, sendo classificada como exploratório-descritiva, com corte transversal. Os dados foram extraídos dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2002 e 2012, a fim de se estabelecer uma comparação. O universo de análise foi constituído pelos idosos que se reinseriram no mercado de trabalho. Os dados foram extraídos, com o auxilio do software Stata 12.0. Os resultados permitiram constatar que os homens representaram, em 2002, 74,01% dos indivíduos reinseridos e, em 2012, 67,80%, o que evidencia a não reinserção ou a saída precoce da mulher no mercado de trabalho. No que diz respeito à raça, a maioria dos trabalhadores, em 2002 e 2012, se autodeclarou brancos e pardos. Em relação à sua condição na unidade domiciliar, observou-se que, em ambos os anos, predominou a pessoa de referência, seguido do cônjuge; e outro parente; e, em proporções inferiores, encontraram-se as condições de filho, empregado doméstico, agregado e pensionista. No que se refere à região de residência a maioria residia na região Sudeste; seguido da região Sul; Nordeste; Norte; e, Centro-Oeste. Em relação ao nível de escolaridade, foi possível observar que grande parte dos idosos possuía o ensino fundamental. Os que sabiam ler e escrever representaram 79,05% e 86,7%, respectivamente. Na análise da posição de ocupação no trabalho, foi constatado que a ocupação por conta-própria apresentou a maior percentagem, seguida do empregado. Na posição de ocupação no trabalho principal os idosos que trabalhavam por conta-própria constituíram 48%, em 2002, e 44,05%, em 2012. Na análise as diferenças de gênero das horas trabalhadas por semana, evidenciou-se que, em ambos os anos pesquisados, as mulheres foram a maioria no trabalho com até 20 horas e os homens no trabalho entre 21 e 40 horas. Nas variáveis do valor do rendimento mensal do trabalho principal, valor do rendimento mensal de todos os trabalhos, e do rendimento de aposentadoria de instituto de previdência ou do governo federal, constatou-se que, em 2002, os homens recebiam mais rendimentos que as mulheres; entretanto, em 2012, essa realidade mudou, pois os gêneros recebiam igualmente. Já na análise do rendimento de pensão de instituto de previdência ou do governo federal, rendimento de outro tipo de aposentadoria, rendimento de outro tipo de pensão, rendimento de aluguel, rendimento de doação de não morador e rendimento de juros de caderneta de poupança e de outras aplicações financeiras, dividendos, programas sociais e outros rendimentos, homens e mulheres reinseridos recebiam igualmente em 2002 e em 2012. Conclui-se com esse estudo, que os idosos buscam cada vez mais, permanecerem ativos por mais tempo. Há uma tendência de se aumentar o número de idosos reinseridos no mercado de trabalho, para ambos os sexos. Esse fenômeno pode ser explicado pelo aumento da longevidade; pela melhor qualidade de vida proporcionada pelo desenvolvimento da medicina e do acesso a informação; pela necessidade financeira própria ou para ajudar parentes, como filhos e netos; dentre outros.
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