Amazon patenteia pulseira para localizar trabalhadores

O objetivo é reduzir ao máximo os erros e o tempo que o trabalhador leva a recolher produtos nas prateleiras. Com esta pulseira, a Amazon saberá exatamente que trabalhador está a mexer em que produtos, permitindo igualmente a análise de rentabilidades e tempos mortos, e com isso medir a “eficácia dos trabalhadores”.

A candidatura das patentes, apresentada em 2016, foi publicada em setembro de 2017 e obtida no final do passado mês de janeiro.

Em teoria, as pulseiras permitem localizar as mãos dos trabalhadores, ajudando a conduzi-los para as caixas com as quais devem trabalhar. As pulseiras incluiriam um sistema de alertas por vibração cuja intensidade aumentaria se a mão se aproximasse ou afastasse do produto a recolher.

De acordo com a informação declarada na patente, o objetivo é reduzir as tarefas “que consomem tempo”, como a resposta a encomendas e a preparação do envio. Os trabalhadores poderiam assim “responder mais depressa às encomendas”.

Porém, as patentes não explicam como seria explorada a informação registada através das pulseiras, referindo apenas o seu potencial de “otimização de recursos”. Também o potencial aumento da vigilância no local de trabalho não é referida em qualquer momento.

Embora não esteja claro se a multinacional pretende avançar com a produção deste sistema, esta patente vem alimentar o crescente debate sobre a privacidade dos trabalhadores.

Recorde-se que a Amazon já foi alvo de denúncias públicas de jornalistas e ex trabalhadores sujeitos a cargas horárias que ascendem a 60 horas semanais, auferindo pouco mais que o salário mínimo e em condições laborais degradantes. Os trabalhadores são despedidos quando não cumprem os objetivos, existindo relatos de desmaios por esgotamento.

Fonte: Esquerda.net
Data original da publicação: 06/02/2018

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