8 de dezembro de 1886: É fundada a AFL, principal central sindical dos EUA na primeira metade do século XX

Há 135 anos, era fundada a AFL, principal central sindical dos EUA na primeira metade do século XX

Imagem: mstartzman

Igor Natusch

As últimas décadas do século XIX tiveram grande importância na consolidação do conceito de centrais sindicais, tais como as conhecemos hoje. Fundada em 8 de dezembro de 1886, em Columbus, Ohio, a Federação Americana do Trabalho (American Federation of Labor, ou AFL na sigla original) seria, anos depois, o maior agrupamento de sindicatos dos Estados Unidos, contribuindo para que vários setores tivessem representação pela primeira vez naquele país.

A AFL surgiu como oposição a uma outra central, a Knights of Labor, que pressionava trabalhadores a cancelar fichas em outros sindicatos e filiar-se diretamente a eles – o que, é claro, causava dificuldades financeiras aos grupos menores. A Knights of Labor (que, à época, somava como filiados 20% de todos os trabalhadores dos EUA) também era acusada de incentivar o surgimento de sindicatos rivais em determinados setores, dificultando ainda mais a sobrevivência de entidades independentes.

Diante dos conflitos, cinco entidades chamaram uma convenção e criaram “uma Federação americana para a aliança de todos os sindicatos nacionais e internacionais”. Seu principal nome foi o sindicalista do setor de cigarros Samuel Gompers, que governou a AFL desde a fundação até 1924, ano em que faleceu. Em 1904, a federação tinha 1,7 milhão de filiados; no começo dos anos 1920, esse número tinha saltado para 4 milhões.

Porém, algumas regras internas – como a recusa em aceitar fichas de trabalhadores não-especializados e a proibição de mulheres, negros e minorias raciais – foram sendo cada vez mais questionadas. A tensão resultou na criação do Congresso de Organizações Industriais (Congress of Industrial Organizations, ou CIO), que acabaria se tornando uma entidade separada em 1937. Após anos de separação, as duas organizações se reuniram em 1955, formando a AFL-CIO – que logo se tornaria a maior central sindical dos EUA, e que mantém essa posição até os dias atuais.

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