6 de abril de 1882: nasce Rose Schneiderman, importante ativista norte-americana que ajudou a popularizar o slogan “pão e rosas”

Há 141 anos, nascia Rose Schneiderman, importante ativista norte-americana que ajudou a popularizar o slogan “pão e rosas”.

Fotografia: Domínio público/Wikipedia

Igor Natusch

Nascida em 6 de abril de 1882 em Sawin, na Polônia, Rose Schneiderman tornou-se uma figura central para a história do trabalho nos Estados Unidos, para onde migrou ainda na infância. Após ter contato, durante um breve período em Montreal (CAN), com ideias socialistas e com a organização sindical, a empregada da indústria de costura fez de sua trajetória uma luta incessante pela vida digna das trabalhadoras – ao ponto de tornar-se, em mais de um sentido, um símbolo das lutas das mulheres norte-americanas na primeira metade do século passado.

Instalada de forma definitiva em Nova York, Rose logo tornou-se uma das principais figuras no Women’s Trade Union League (WTUL), que fomentava a organização sindical de mulheres nos EUA. Após o trágico incêndio na Triangle Waist Company, em 1911, que causou a morte de 146 trabalhadores e trabalhadoras em Nova York, a luta de Rose por locais de trabalho mais seguros e menos insalubres ganhou projeção, transformando-a em figura notória no sindicalismo daquele país. Entre as figuras famosas que reconheceram sua força está o ex-presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt, de quem foi amiga próxima e para quem atuou como conselheira nos anos 1930, durante o período de reformas conhecido como New Deal.

Rose Schneiderman teve importante papel na luta das sufragistas norte-americanas: em sua visão, apenas a partir do direito ao voto as más condições de trabalho para as mulheres poderiam ser, de fato, enfrentadas. Foi uma das fundadoras da União Americana pelas Liberdades Civis, em 1920, alguns anos antes de ser eleita presidente nacional da WTUL.

Além das conquistas concretas de seu trabalho, Rose ajudou a consolidar o conceito de “pão e rosas”, uma das frases lapidares da luta sindical norte-americana e mundial – um lembrete de que a classe trabalhadora deseja muito mais do que uma fatia justa dos resultados de seu esforço diário. O slogan já era usado por outras ativistas há alguns anos, mas foi ela quem, durante um discurso a favor do voto feminino em Cleveland (1912), mencionou a frase em um contexto que tornou-se célebre:

“O que a mulher que trabalha deseja é o direito de viver, não apenas de existir, com sol e música e arte. Vocês (mulheres em boa condição financeira) não têm nada que a mais humilde trabalhadora também não tenha direito de alcançar. A trabalhadora precisa ter o pão, mas ela deve ter rosas, também. Ajudem, mulheres privilegiadas, e dêem a ela uma urna com a qual lutar.”

Rose nunca se casou, e manteve um relacionamento de décadas com a sindicalista Maud O’Farrell, que durou até o falecimento desta em 1937. No final dos anos 1940, Schneiderman retirou-se quase completamente da vida sindical, limitando-se a alguns discursos esporádicos e a escrever suas memórias, publicadas em 1967. Ela faleceu em 11 de agosto de 1972, aos 90 anos de idade, e segue amplamente reconhecida como uma das pessoas que mais lutou pelas trabalhadoras na história dos Estados Unidos.

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